Realmente, a vivência aos fins de semana em nossa cidade ficou restrita aos "bares badalados" (com preços exorbitantes) e a locais privados (como chácaras, clubes particulares, etc.), o que não permite o acesso de muitas pessoas (especialmente do pessoal mais jovem) à vida social da cidade.
Esta situação é uma grande contradição para uma cidade que, relativamente, possui diversos espaços públicos para realização de eventos, atividades, reuniões e encontros (como as praças, jardins, coretos e largos). Ou seja, o que ocorre na cidade é uma verdadeira "privatização" da diversão, do entretenimento e (de forma mais geral) da vida social, pois todas estas realidades só se concretizam ao se pagar para ter acesso a elas em algum local particular. A utilização dos locais públicos para vivência, diversão ou mesmo confraternização é rara por parte das pessoas e, quado um grupo o faz (principalmente jovens), é taxado de marginal.
Esta situação de esvaziamento dos espaços públicos gera por consequência a impossibilidade do acesso a outras formas de cultura (além das tradicionais e moralmente aceitas) e também impede o desenvolvimento de uma outra vivência social, mais inclusiva, tolerante, coletiva e humana, em contraposição a vida social individualista e vaidosa em moda atualmente (o que produz casos de violência, de machismo, homofobia e racismo).
Por isto, nós defendemos a ocupação dos espaços públicos, seja para fazermos a luta social, debatermos política, realizarmos atividades culturais ou mesmo nos confraternizar. Neste sentido, o Festival de Inverno foi uma ótima iniciativa, trazendo Cultura e diversão para toda a população na Praça Pádua Salles. Porém, não é o suficiente ainda. Queremos uma cadeira na Câmara Municipal para, através dela, organizarmos atividades nos espaços públicos de nossa cidade (como fizemos na apresentação de nossa plataforma eleitoral, realizada no coreto do Jd. Público), propondo atividades político- culturais em parceria com a Prefeitura Municipal e com os movimentos artísticos da cidade. A diversão e a vivência social não precisam ser privatizadas, nós mesmos podemos recriá- las com cultura e abertura de diálogo.
Uma cidade mais justa e democrática começa com a ocupação de seus espaços por parte de toda sua população, garantindo o sentimento de pertença coletiva daquele local.
(detalhe: praça Pádua Salles completamente vazia durante a noite)
Muito bom o texto, além de trazer um debate muito pertinente no que diz respeito às formas de ocupações dos locais públicos em nossa cidade.
ResponderExcluirAmparo possui uma arquitetura, e uma cultura histórica muito rica, e esta se reflete não só em nossas praças, mas também em nossa vida cotidiana. Assim, a preocupação de como nos relacionamos com os espaços públicos deve ser mais positiva.
Os espaços de lazer e cultura privados muitas vezes beneficiam somente uma parte da população, porém, disseminam uma ideia, para todos, de que só o que é restrito exclusivo é bom.
Dessa forma,precisamos incentivar a utilização desses espaços, e a inclusão da população, em sua totalidade, nesses locais, nos quais todos tenhamos os nossos direitos de livre expressão garantidos.